A história de Fortaleza é marcada de altos e baixos constantes. A fixação dos
primeiros colonizadores europeus custou muito e também de pouco sucesso
inicial. A seca e os índios foram
grandes problemas que interferiram, além do fato de não ter sido achado nenhum
metal precioso. O forte marca
a ocupação e o surgimento da cidade como elemento protetor dos colonizadores. A
vila, depois cidade, se consolida como entreposto para navegadores entre as
capitanias do Sul e do Norte. Mais tarde no ano de 1799, com a autonomia
administrativa da província do Ceará, Fortaleza torna-se a capital e principal ponto
de convergência da produção de charque e algodão, que
geram a riqueza necessária para a consolidação da cidade como líder dentre
todas as outras da região. Na virada do século XIX para
o século XX,
Fortaleza passa por grandes mudanças urbanas, entre melhorias e o êxodo rural,
e cresce muito, chegando ao final da década de 1910 como
a sétima cidade em população do Brasil. Entre as décadas de 1950 e 1960,
passa por um crescimento econômico que supera 100% e, ao final dos anos 70,
começa a despontar como um futuro polo industrial do Nordeste com
a implantação do Distrito
Industrial de Fortaleza. Durante a abertura política após o Regime Militar, o
povo elegeu a primeira mulher prefeita no Ceará, Maria Luiza, e a
primeira prefeitura comandada por um partido de esquerda. No final do século, a administração da
prefeitura e a cidade passam por diversas mudanças estruturais, com a abertura
de várias avenidas e despontando como um dos principais destinos turísticos do
Nordeste e do Brasil. Hoje a cidade de Fortaleza tem 288 anos.
Primeiros contatos europeus
O início da ocupação do território onde hoje se encontra
Fortaleza data do ano de 1603, quando o português Pero Coelho de Sousa aportou na foz do
Rio Ceará. Naquelas margens ergueu o Fortim de São Tiago e deu ao povoado o
nome de Nova Lisboa, mas devido a vários fatores, como ataques de índios,
falta de recursos e a primeira seca registrada na História do Ceará (entre 1606 e 1607), Pero Coelho acabou abandonando a região. Anos
mais tarde, com o objetivo de expulsar os franceses do litoral do nordeste,
mais especificamente no Maranhão,
chegou aqui o português Martim Soares Moreno em 1613, quando recuperou e ampliou o Fortim de São
Tiago, e deu ao novo forte o nome de Forte
de São Sebastião. Em 1637 houve a tomada holandesa do forte São Sebastião. Em 1649 uma nova expedição holandesa no Ceará construiu, às
margens do Rio Pajeú, o Forte Schoonenborch,
começando nesse momento, a história de Fortaleza, sendo responsável por seu
início, o comandante holandês Matias Beck. Em 1654 os holandeses foram expulsos e o forte foi rebatizado
de Fortaleza
de Nossa Senhora de Assunção.

O surgimento da vila
No ano de 1699, uma ordem régia, de 16 de fevereiro,
criava a primeira vila no Ceará. Esta ordem não especificou qual o local exato
da vila nova, e por isso algumas vilas ficaram em disputa para ser a sede da comarca,
dentre elas Aquiraz, quem acabou sendo reconhecida. Com um ataque de
índios à vila de Aquiraz, o povoado do forte acabou sendo o refúgio dos
sobreviventes e, em 1726, foi elevado à condição de vila. Em 1759, o Marquês de Pombal expulsa
os jesuítas da Companhia de Jesus, e os
aldeamentos indígenas de Porangaba e São Sebastião de Paupina, comandados pelos
jesuítas, são elevados à condição de vila, respectivamente Vila Nova de Arroches e Vila Nova de Messejana. No ano de 1777, o Capitão-Geral José César de Menezes mandou
realizar um censo, que relatou uma população de dois mil e oitocentos e setenta
e quatro habitantes na vila de Fortaleza. Este ano e o de 1778 foram de seca, que dizimou quase todo o rebanho bovino da
indústria de charque do Ceará. O golpe final no charqueado foi a seca que
durou de 1790 a 1794. Em 1799, a Província do Ceará é desmembrada da de Pernambuco, e
Fortaleza é eleita Capital.
Cidade capital e o primeiro desenvolvimento
Com o definhar da indústria da
carne seca e a autonomia administrativa do Ceará, bem como com as consequências
da Revolução
Americana de 1772, o que se viu no começo do século XIX foi o
surgimento da cultura do algodão. Em 1810,
chega a Fortaleza o viajante Henry Koster. Com o aumento das navegações direto com a Europa,
é criada em 1812 a Alfândega de
Fortaleza. Neste mesmo ano, tem início à reforma, projetada pelo
tenente-coronel de engenharia, Antônio José da Silva Paulet, da fortaleza; Também é construído o primeiro mercado da cidade, e no ano seguinte, o
primeiro chafariz.
Um ano após a Independência do Brasil,
em 1823,
Fortaleza passou à condição de cidade, nomeada pelo Imperador Dom Pedro I como "Fortaleza de Nova
Bragança", retornando posteriormente ao seu nome original, "Fortaleza
de Nossa Senhora de Assunção". Em 1824,
Fortaleza foi palco da disputa entre o Império e os
revolucionários da Confederação do Equador.
Com a derrota dos confederados, alguns de seus líderes, como João de Andrade Pessoa Anta e
o Padre Mororó, dentre outros, foram executados no Passeio Público.
A partir do Segundo Império,
Fortaleza vai se fortalecer perante outras cidades do Ceará a partir da
política centralizadora de Dom Pedro II.
Entre os anos de 1846 e 1877, a cidade passa por um período marcado pelo
enriquecimento e melhoria das condições urbanísticas com a exportação do
algodão e a execução de diversas obras, tais como a criação do Liceu do Ceará e
o Farol do Mucuripe, em 1845, a Santa Casa de Misericórdia em 1861, o Seminário da Prainha em 1864, a Biblioteca Pública em 1867 e a Cadeia Pública. Porém, em 1851, houve a maior
epidemia de febre amarela de
que se tem registro e que apressou as obras do hospital. Com o início da Guerra
Civil Americana, houve um aumento no preço do algodão no mercado
mundial, o que fez crescer nossas exportações. Já em 1870, teve início a construção da Estrada de Ferro de Baturité que tinha começo em Fortaleza.
Serviria para escoar a produção até o porto da cidade. A construção da ferrovia que escoava para o porto a produção agrícola e
pastoril do interior ajudou a consolidar Fortaleza como a mais importante
cidade do Ceará e impulsionou o desenvolvimento industrial da região.
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